sexta-feira, 25 de julho de 2008

Hein?!

Dizem que quando estamos apaixonados, nosso corpo produz mais feromônios, que seria um aroma natural do corpo capaz de provocar reações fisiológicas que suscitam o desejo sexual em outra pessoa. Tem também aquela historinha de que um jardim bem cuidado atrai mais borboletas. Seja lá o que for, entre feromônio e jardinagem, fato é que muitas borboletas têm sobrevoado a pessoa aqui.

Ontem fiquei perplexo. Abro meu Orkut e vejo um depoimento de um amigo que está na Europa. Ele é gay assumido, apesar de nada afeminado, e chegou a morar por três anos com outro cara. Oficialmente, ele não sabe nada a meu respeito. E para o meu grande espanto, o depoimento dele dizia, em caixa alta, apenas “AINDA BJO ESSA BOCA”. Eu fiquei assustado MESMO. Respondi “Rapaz? O sol da Europa tá te deixando doidão?”. Na mesma hora, por depoimento no Orkut também, ele me pede para adicioná-lo no MSN. Assim que o adicionei, ele manda de cara: “LUDO! EU VOU BEIJAR SUA BOCA CUSTE O QUE CUSTAR”. HEIN?! Perplexo, eu retruco novamente “Cara... vc ta doidão, só pode”. Aí ele manda “Tô não Ludo. Eu sempre estive. Sempre fui doido pra beijar sua boca. A única vez que tive coragem de chegar em você ganhei um toco. Mas em setembro tô de volta ao Brasil e vc não me escapa!”. CARALHO... é carência, só pode! Realmente me lembro dele puxando assunto, pouco antes de viajar, tentando sondar se eu era gay. Mas não tentou me agarrar não. Fiquei encucado com o sujeito... MAS, quero não. Tudo que ele tem de lindo, tem o dobro de fútil... NÃO ROLA!

Hoje fui cortar cabelo no mesmo salão que freqüento há anos. Todo mundo lá conhece a mim e a minha família, à exceção de duas bichinhas que foram contratadas a cerca de três meses para auxiliar no atendimento. Nas últimas vezes que fui lá, reparei que uma das bichinhas ficava me olhando demais. Mas hoje ela foi desaforada... Assim que cheguei, o cabeleireiro, que já sabia que eu tinha pressa, me cumprimentou e pediu que eu esperasse um pouquinho para que a menina viesse lavar os meus cabelos. A tal bichinha estava subindo as escadas na hora e, histericamente, voltou para o andar de baixo e disse “Pode deixar, fulano, eu lavo o cabelo dele”. O cabeleireiro disse que não precisava, pois a menina não iria demorar. Nisso a bichinha solta “Que nada fulano. Aquelazinha lá quando vai lanchar fofoca mais do que aqui dentro. O rapaz está com pressa e é sacanagem deixá-lo esperando”. Nisso ela vira pra mim e pergunta “Se importa que eu lave seu cabelo”, “de forma alguma”, respondi.

A bicha passou TRÊS shampoos diferentes no meu cabelo e DOIS condicionadores. Fez tanta massagem, que mais parecia me fazer cafuné que lavar meus cabelos. E, obviamente, puxando assunto o tempo inteiro. Fez N perguntas que mereceram apenas respostas evasivas. Ao terminar (finalmente, porque eu já estava ficando com torcicolo), ela vira e pergunta “E aí, gostou?”. HEIN?! Só faltou perguntar “Foi bom pra você, meu bem?”. Para não ser grosso, respondi apenas “A água estava ótima”. Enquanto cortava os cabelos, vi que a bichinha estava estrategicamente me observando. Terminado o corte, levantei, fui até a recepcionista pagar. Nisso, a bichinha caminha em direção à porta do salão. Quando eu estava saindo, ela foi para a calçada. Bobo que não sou, e aproveitando que estava realmente apressado, virei para o lado contrário de onde ela havia montado campana e vazei sem olhar para trás.

Logo em seguida, vou à padaria. Um atendente de lá, que me conhece há anos e nunca demonstrou nenhuma bandeira para mim, vira e diz “Nossa! Mas seu cabelo está ótimo! Vai aprontar o quê hoje a noite?”. Ele nunca foi de puxar papo comigo... Achei estranho e respondi “Vou trabalhar”. Nisso, o cara com o maior olhar 43 me solta “E depois do trabalho, vai fazer o quê hein?!”. HEIN?! Ri e respondi “descansar, porque amanhã trabalho cedo”. “Que pena... hoje ta fazendo calor finalmente e eu queria te convidar para uma cerveja”, “Que pena, não vai dar. TCHAU”.

Juro que estou assustado... eu hein?!