quarta-feira, 16 de julho de 2008

Em tempo

Que dia hoje... puts... acordei com a maior preguiça de ir trabalhar. Além de ter dormido pouco (pra variar), fazia um puta frio. Algo próximo da casa dos 10ºC em plena Beagá! Vencida a luta para tirar a roupa e tomar banho, as coisas começaram a esquentar, principalmente a cabeça... Coisas bizarras me aconteceram hoje... Tanta coisa na cabeça... querendo contar tanta coisa... tantas reticências.... Vamos a curtos registros, em ordem cronológica, para eu conseguir organizar melhor os pensamentos!

Quase morro
Sexta-feira trouxe minha gatinha para cá. Estava morrendo de saudade! E ela estava um grude só comigo, mais que o normal. Brincamos, de Barbie, de casinha, de desenhar, de pintar, fora os jogos de tabuleiro... Comemos horrores de guloseimas (só deixo porque ela come MUITA verdura e legume sem que precisemos oferecer - gosta e procura por conta própria, principalmente brócolis! Meu orgulho!!!) e já perto da meia noite, nada da bichinha ir dormir. Com custo a convenci deitar. Me deu um beijo e eu a abracei. Foi uma abraço loooongo, de quem há muito não se vê... quando percebi, jorravam lágrimas dos olhinhos dela... Assustei na hora! Perguntei o “o que foi, amor?”, e ela toda dengosa “é que eu te amo muito papai”.... PQP né?! O coração é novo, mas não resiste a tanto não!!!!

Quase morro de dor
Já na noite de sábado, cheguei do trabalho pouco depois das 23h e ela já dormia. Pouco antes da meia-noite ela acorda e pede para dormir comigo. Impossível dizer não. Mas ela está enooorme... caramba... levei tanto chute durante a noite... Domingo ela acordou cedinho, devia ser 7h, com a maior pilha. Meu corpo estava um bagaço... todo dolorido. Mas, não basta ser pai, tem que brincar (bem que as brincadeiras podiam começar depois das 10h...!)!!!

Mal intencionado
Ao contrário da balada em comemoração ao niver do Marco, domingo eu estava muito disposto à pegação! Acho terrível dizer isso, mas essa é a verdade! Estava estressado, pois o ritmo de trabalho na última semana foi punk. Já estava decidido a ME JOGAR na noite gay. Combinei com um amigo, e por volta das oito da noite, fomos em busca de uma balada happy end da semana.

Prólogo
Fomos para uma casa relativamente nova na cidade. Lugar bem style! Muita lésbica no recinto, pois rola música ao vivo no domingo, com a cantora da massa gay (que arrasta multidões atrás dela... vira festa no brejo, se é que me entendem! HuahahuaHua). Mas tinha muito homem também. Meu amigo, que está muito mais inteirado (e rodado!!!!) na noite homo-de-Belô, afirma que os mais gatos vão pra lá. De fato, muitas beldades presentes (mulher HT tem vontade de suicidar lá dentro!). De início, super de boa. Depois comecei a ficar entediado... O início do repertório da sapa era só sertanejo, e aquilo me afligia um tanto! Depois, lembrei de um grande detalhe comum em lugares gay com alta concentração de gatos: todo mundo olha todo mundo, mas fica só no zero-a-zero, como que escolhendo a melhor vítima. Quando chega certo horário, como num surto “Cinderela”, começa um pega-pá-cá-pa dos infernos. Parece que vira liquidação. Ninguém escolhe mais ninguém: para sair do zero-a-zero, entram todos no tie-break!

Adendo
Fugindo um pouco à cronologia, na manhã de hoje uma música não parou de rodar na minha cabeça. À tarde, a mesma música não parou de rodar no meu PC. Ela tem tudo a ver com o clima da pessoa aqui... aff... e com os próximos registros também. Então, dê play para continuar a leitura.
 Cássia Eller - Nasci para chorar


Parte I – A queda
Conheci um carinha interessante na tal casa noturna! Mora em Beagá há poucos meses. Disse que se formou em antrolologia pela UnB e veio acompanhar os pais sei lá em quê aqui no sudeste. Novinho ele! Discreto, lindo, da minha altura (!), mas com papo um pouco cabeça demais para o ambiente! Mas eu não estava disposto a esperar o tie-break, e me joguei em cima do cara... e ele segurou! Mas eu larguei rápido. Honestamente, beijei o cara porque saí disposto a me jogar em cima de alguém. E foi decepcionante... Explico: aparentemente, o cara passou a adolescência inteira treinando beijo em maçãs ou laranjas... ou então foi o primeiro beijo da vida dele... puts... frustrante mesmo. Tenho uma amiga que afirma não existir beijo ruim, mas sim beijos que não se encaixam... Vou fazê-la beijar ele para ver como fica a opinião dela depois! Bem... coincidentemente, logo após o beijo meu amigo me chamou para irmos embora. DEMORÔ! Ele estava de saco cheio do lugar, acho que principalmente porque estava sendo assediado por duas mulheres! Hahahahah Eu, que já estava mais que impaciente, achei ótima a idéia de ir embora dormir. Mas, meu amigo tinha outros planos...

Parte II – O esculacho
Fomos para uma segunda casa, porque meu amigo não estava satisfeito em ter sido assediado só pelas mulheres. A casa é pseudo-hétero, e aos domingos realiza a festa “Ferveção”, direcionada exclusivamente ao público gay. Muito bom o lugar, mas eu prefiro lá às sextas-feiras, quando é HT! Chegamos, acredito, na hora do tie-break. Em menos de dez minutos três caras se jogaram em cima de mim... mas esborracharam no chão. Mais quinze minutos, um quarto infeliz se atira. Bem... eu não tenho cacife para esnobar ninguém, e o único beijo da noite foi HORRÍVEL... segurei o rapaz! Carinha de 16 anos (engraçado, eu sempre gostei de homem mais velho que eu, mas ultimamente não posso ver um menino pedindo colo!!!), corpinho de 20, e assanhamento de puta-velha. O cara só queria saber de segurar meu pinto e tentar me arrastar para o banheiro. Até se ofereceu para dormir na MINHA casa! Isso minutos depois de se atirar em mim (ia dizer depois de nos conhecermos, mas a gente não se conheceu). Para minha sorte, de novo, meu amigo não demorou a me procurar para irmos embora. Ele voltou com a carinha beeeem mais animada... mas não vou falar da vida dele aqui! Na hora de despedir, precisei ser grosso para o carinha entender que ele não ia dormir comigo, menos ainda na minha cama. Quando ele soltou “me passa seu número de celular”, eu agi rápido e saquei o meu aparelho dizendo “me passa o seu que eu te dou um toque”. Nem cheguei a salvar o número... sorry!

Epílogo
Meu amigo estava rindo à toa. Eu não estava tão satisfeito. Ele parece não se preocupar muito com a Lei Seca. Eu pareço não me preocupar muito com a minha integridade física (hahaha). Como estávamos de carro, o convenci a irmos até a Praça do Papa um pouco (mirante da cidade). Precisava tanto daquela vista... Ficamos pouco tempo lá, porque o frio estava de matar! Caí na real lá: a noite foi frustrante porque meu corpo queria pegação, mas minha mente estava muuuito longe. Sei lá... tem certas coisas que a gente não deve ficar teorizando demais não. Fato é que, na verdade, eu não queria ter ido para boate alguma, ter ouvido aquelas músicas e, menos ainda, ter brincado de caça-e-caçador. Queria era alguém para me esquentar na Praça do Papa, e depois para me acompanhar numa garrafa de vinho seco, curtida ao som de boa música no aconchego do meu quarto-azul... Enfim... saímos da praça, paramos numa lanchonete, comemos um big sanduíche e fomos pra casa.

Dia seguinte...
Bebi além da conta no domingo, e acordei com certa ressaca incômoda na segunda-feira. Felizmente, pude me dar ao luxo de tirar folga. Passei da fase de ter ressaca moral. Incorporei a filosofia de que devemos nos permitir à satisfação de nossos prazeres, desde que preservado o mínimo de respeito próprio – o que nos exime do sentimento de culpa. Não senti a menor culpa de nada, e minha moral não baixou. Mas eu estava num clima ruim... Que sobrou daquela noite além da ressaca? NADA! Noite seca, vazia, sem graça, sem frutos. Continuava carente, cheio de tesão e de amor pra dar, com a cabeça mais longe do que deveria estar, e sem ninguém para ligar na próxima sexta-feira para, quem sabe, o vinho seco no quarto-azul... aff... Dediquei-me então a um trabalho áudio-visual capaz de levantar minha auto-estima... consegui levantar, eu acho, mais do que isso! hauahuahuahu Mas isso é detalhe e – sei que é retórico – intangível como outros tantos desatinos meus.

Reencontro
À noite, rolou festinha em casa para comemorar os 77 anos do vovô! Minha ex veio (para satisfação total da minha avó, que pergunta por ela 3 vezes nos dias que me vê somente a noite, e uma porrada de vezes mais quando fico mais tempo em casa!). Foi nosso primeiro encontro após a “confissão”. Pensei que fosse ficar sem graça, mas não. Super normal. Ficamos a maior parte do tempo no meu quarto, vendo fotos e conversando fiado. Finda a festinha, fui acompanhá-la até o ponto de ônibus. No caminho, o assunto surgiu e acabamos entrando em uma churrascaria. Conversamos abertamente. Só fiquei constrangido na hora da pergunta que eu já esperava: “você já foi pra cama com homem?”... puts... foram quase dois anos de vida sexual intensa entre a gente...! Não dei detalhes de nada, porque estava sem graça de verdade. Mas passei mal de rir com a pergunta “e vc faz com homem com aquela mesma empolgação...”! E quase tive um troço quando ela me solta “se eu te ver com uma mulher eu te arrebento! Só não vou sentir ciúme se te ver com homem”. PÁRA TUDO né?! HAuHAUAhaua Teve também a homérica “GENTE! Meu ex pega homem mais gato do que eu pego”... isso foi muito cômico!!!!! Estou realmente feliz com a aceitação dela! Aceitar não é bem o termo... ela fez uma pergunta em tom meio triste: “Mas você tem certeza que é gay mesmo? Não vai ficar mais com mulher? Não acha que está precipitado não?”... será?!!!