domingo, 13 de julho de 2008

Tangibilidade


"...Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro..."
(Dama da Noite - Caio Fernando Abreu)


Tá! Eu gosto de idealizar romances. Gosto de fantasiar situações, inventar diálogos, imaginar como é que seria se... e se... Ou, quem sabe, talvez... quem sabe... talvez se... Enfim...!

Gosto do clima de romance. Faz-me bem até certo ponto ficar apaixonado. Faz-me falta ter em quem pensar; segurar o celular esperando uma mensagem; abrir ansioso a caixa de e-mail para encontrar lá uma declaração... É cafona mesmo. Eu sou cafona.

Adoro início de romance!!! Sabe aquela coisa de conhecer o outro aos pouquinhos? O que gosta e o que não gosta; como se veste; como se comporta; o que pensa disso, o que acha daquilo... Ir desenhando um esboço para, depois, colorí-lo em tons reais.

Mas não dá pra segurar isso por muito tempo. Não dá pra ficar só imaginando, idealizando, sonhando... É preciso algo tangível: um cheiro, um gosto, um toque...

Hoje, morto de tanto trabalhar sete dias seguidos, deixo de lado o gerúndio e parto para o infinitivo em busca de um romance tangível:

Vou me JOGAR!

Alguém me segura, POR FAVOR!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ótima semana pra todos. Dou notícias (não faço mais nada além disso mesmo, dar notícias...! :P)!