segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Perfeito e real

Quanta saudade eu tinha do mar... daquele cheiro; daquele som; daquela força... Após tanto tempo, o revi na explosão de um belíssimo amanhecer no último dia da viagem. Estávamos revoltos – eu e o mar. Não sei o que tinha o mar, mas eu tinha emoções e sentimentos em fortíssima ebulição.

Cheguei na praia, sozinho, pouco após o sol nascer. Caminhei pela areia seguindo a direção daquele astro maravilhoso, que se apresentava vermelho na linha do horizonte. Em minha mente, milhões de pensamentos descontínuos. No meu peito, explosões tão fortes quanto as daquele rubro sol... Meu sangue parecia ferver, e sentia todos os meus órgãos encharcados de paixão; amor; tesão; ansiedade; nostalgia; medo; angústia; culpa; esperança; otimismo (...); e alegria, MUITA alegria. Eu experimentava naquele instante uma sensação de completude da alma que jamais imaginei poder sentir. Eu me sentia vivo e feliz.

Sem me dar conta, sem poder prever e, menos ainda, sem ter tempo de compreender qualquer coisa, desabei à beira-mar em um choro compulsivo. Há exatos seis anos eu não chorava daquele jeito. Desde que minha filha nasceu, chorar para mim era ter os olhos inundados de lágrima e, vezenquando, ver alguma escorrer pela face. Mas, durante o amanhecer de hoje*, enquanto revia o mar, todos os sentimentos que ferviam em meu sangue foram exteriorizados num pranto convulso.

Ainda chorando, tirei a roupa e mergulhei nas águas daquele mar revolto. Saí limpo, leve, me sentindo ainda mais completo e incontrolavelmente ansioso para agarrar meu gatin novamente!


Corri para o hotel e, ao entrar no quarto, me derreti em encanto ao vê-lo ali, na cama, dormindo o sono dos justos. Não me contive e o acordei com beijos!

Queria que aquele instante fosse o SEMPRE. Tê-lo todas as manhãs acordando mansinho...! Queria que aqueles beijos durassem o tempo exato do interminável. Queria que o calor dos nossos corpos colados se extinguisse junto com os raios daquele sol que vi nascer minutos antes.

Havia dois dias que pude me entregar, finalmente, àqueles braços. Foram semanas de espera para poder conhecer aquele cheiro, aquele gosto... sentir o toque manso daqueles dedos que tão docemente me afagavam; me enternecer naquele sorriso doce e no olhar meigo daquele menino. E me lembrei o tempo inteiro do Caio F. “... Não chegaram a usar palavras como especial, diferente ou qualquer coisa assim. Embora, sem efusões, tenham se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto...”.

Durante a viagem de ida, eu era pura ansiedade. Dez horas de estrada, somada a duas horas de espera para nos encontrarmos, além de outra hora de desencontros até, finalmente encontrá-lo. Mais algum tempo para, então no hotel, poder abraçá-lo e beijá-lo finalmente. Foi sublime, é o que tenho a dizer.

À tarde, fomos ao encontro de uma figurinha que me encantou desde o primeiro contato pela web: Thread! Se digitalmente ele é pura simpatia, pessoalmente então...! Como fiquei feliz por conhecê-lo também no mundo real! Junto a ele, fomos passear um pouco por aquela cidade quente. No centro, ruas estreitas e prédios muito antigos (e lindos!). Na área mais residencial, poucas edificações altas e distantes umas das outras (o que dificulta a ação do homem-aranha HAuAHAUhaUahUA). Mercado da cidade fascinante onde provei uma iguaria do local: goiabada na palha! Depois, um tour pelo Cefet de lá, onde ambos estudaram. Em seguida, um giro no chopiscenter, com direito a expresso com creme e PÃO DE QUEIJO!!!!!!!!!

À noite, quermesse na praça central, com direito a show ao vivo e a conhecer outra figurinha encantadora: Seth! Noite muito quente para quem está acostumado com a temperatura amena (LÊ, aqui é ameno SIM! Lá que é quente pra PORRA!!!!) e extremante agradável. Depois, breve aquecimento antes de SE JOGAR numa baladeeenha-gay-campista!!!! Uhuuuu! Pena que meu gatin não pôde nos acompanhar... Divertidíssima a boite. A casa é pequena e muito “comportadinha” perto das ferveções belo-horizontinas. Mesmo excedendo um pouco o limite alcoólico (ainda descubro com qual cereal se faz o tal do Gin... oO), a noite foi perfeita!!!!

Na manhã de sábado, caminhei pelas ruas do centro fotografando loucamente o lugar. Estava ressaqueado e angustiado... ansioso para rever meu gatin, que fazia prova naquela hora. Precisava tanto de um abraço dele para manter a certeza de que era tudo real...


Campos é lindo!!! Os nativos não sabem apreciar as belezas de lá. De certo, é necessário caminhar pelas ruas olhando para cima para perceber as belezas arquitetônicas do local! Andei bastante sob um sol escaldante... temperatura altíssima que fez o mineiro aqui passar mal dentro de um restaurante. Suava feito chaleira e minha pressão despencou! Por sorte não bati a cara no prato de comida. Acabei não almoçando e fui para o hotel pegar a bagagem e ir encontrar com meu gatin para a segunda etapa da viagem. (AH! Detalhe surreal: os semáforos de lá têm contagem regressiva de tempo!!!! Achei o máximo!!!!)

Fomos para Farol de São Thomé, distrito próximo. Praia DESERTA e quarto duplo no hotel com uma cama de solteiro e outra de CASAL!!!!! Huuum... tudo OTEMO!!!!!!! (esqueçam os detalhes escusos... AHuAHuaHaUa)

À noite, fomos namorar na praia DESERTA!!!! O céu estava lindamente estrelado (era inverno, era agosto, céu estrelado com lua crescente, azul!!!!!). Como foi lindo... Nós dois, abraçadinhos à beira-mar... Depois comemos um PODRÃO e voltamos para o hotel... acabei dormindo... mas num salto brusco e assustado vi que ele ainda estava ao meu lado... Tomamos vinho e comemos chocolate e... a noite foi linda! Pouco antes das seis, acordei e fui para a praia sozinho ver o sol nascer... foi quando explodi no pranto convulso de alegria e completude à beira-mar!

O dia correu no seu tempo, mesmo eu tendo me esforçado para congelar o universo! Namoramos bastante, caminhamos na praia, namoramos ainda mais, almoçamos, namoramos mais e... deixamos o hotel para voltar a Campos. Deixei a bagagem no guarda-volumes e segui para um tour final pela cidade, na companhia de meu gatin e Seth!

Na despedida, um abraço discreto e já saudoso... muito saudoso.

Precisei ir para outro terminal rodoviário e, de lá, corri a uma lan house! A noite de lá é muito agradável (quente) para se caminhar e, na rodoviária, uma merecida cerveja gelada me ajudou a relaxar para dormir bem durante a viagem de volta.

Antes de viajar, estava muito receoso... “Será que vale a pena fazer uma loucura dessas: viajar para viver um romance de fim-de-semana?”... Bem... foi uma grande loucura toda a viagem. Precisei omitir MUITA coisa, o que não é nada bom... Gastei muito mais grana do que podia (e neste ponto devo agradecer a um grande amigo que me incentivou e apoiou a viagem em todos os sentidos, principalmente o financeiro!).

E valeu a pena?

Bem... sabe quando você enche a cara e comete “aquela loucura”, que você jamais poderia ter feito? Você se esconde atrás da desculpa do “estava bêbado” para justificar a impulsividade de um ato seu que foi movido pelo DESEJO, não pela bebida. Acontece, nestes casos, de bater uma puta ressaca-moral... acontece...

MAS, foi tudo PERFEITO!!! Fui para Campos, impulsivamente, movido pelo desejo de viver um grande romance. Usei a desculpa (que não é desculpa) da paixão para justificar a minha ida. E valeu a pena! Valeu MUITO a pena, TODOS os momentos!!! Comecei o post pelo “meio” da viagem porque, para mim, os fins justificam os meios sempre!!!

Voltei para meu lar-frio-lar (termômetro no centro de Beagá registrava 15ºc quando cheguei) feliz, completo. Acreditando ter plantado naquela terra quente boas sementes que, espero, germinem e se desenvolvam fortes e belas!


* O texto foi parcialmente escrito durante o trajeto de volta a Beagá.
P.S.: Ainda há muito que registrar sobre a viagem... foi lindo! TUDO LINDO!!!!!!!