Acho bizarro o termo bissexual. Muitos, certamente, não concordarão comigo, mas, para mim, só um hermafrodita poderia ser bissexual. Afinal, esses têm dois sexos. Considero a linha do "ser/estar". Eu SOU homem (que é o que de fato importa), e já ESTIVE hétero, já ESTIVE gay, e hoje ESTOU gay. Com isso não quero dizer que vou-e-volto na minha "condição" sexual. Não é isso. A questão é que já me envolvi com várias mulheres (tenho uma filha, inclusive), mas, hoje, não mais.
Gosto de mulheres também. Gosto do cheiro, do toque, do carinho, dos cuidados. Só não tolero suas tramas impossíveis, as cobranças, as chatices (rss!). Além disso, definitivamente, sempre gostei mais de homens, mas me reprimia. (nem preciso detalhar isso né?!).
Há dois anos me apaixonei perdidamente por uma mulher. Lutei por ela e a conquistei. Iniciamos um relacionamento não muito sério, mas muito intenso. Tínhamos uma sinergia incrível! Não hesito dizer que ela era meu par perfeito. Tudo que fazíamos juntos fazíamos com prazer e intensidade. Ela é uma companhia excelente para tudo: para conversar, para rir, para chorar, para transar, para sair, para dançar... Se fosse enumerar suas qualidades, renderia muitas linhas.
Mas nosso relacionamento jamais poderia dar certo. Eu gosto de homens e esse desejo sempre foi muito mais forte que a vontade de, realmente, construir um relacionamento sério e duradouro com ela. Jamais fiquei com ela para bancar de machão, para que não desconfiassem de mim ou para exibir uma namorada estilo "avião" para os amigos (ela é muito gata!). Talvez tenha insistido no relacionamento para sanar minha carência, ou talvez fosse mesmo uma tentativa de fuga à minha homessexualidade. Mas, se assim foi, era meu subconsciente que agia mais forte.
Tenho muito a dizer sobre esse relacionamento, mas não tenho muito tempo disponível para relatá-lo agora, e não quero deixar de fazer esse registro no blog ainda hoje. Resumindo um pouco a história toda, nosso relacionamento durou dois anos entre idas e vindas. No ano passado, eu terminei definitivamente o pseudo-namoro. Me sentia um lixo por "enganá-la". Uso aspas porque, na verdade, o enganado da história sempre fui eu. Ela nunca teve dúvida de seus sentimentos por mim, enquanto eu sempre vacilava.
Não tinha um motivo para terminar. Estávamos na melhor fase do nosso namoro. Tudo às mil maravilhas. Mas a vontade de sair com homens me consumia, e eu me sentia muito hipócrita. Sei que pode parecer por demais piegas, mas sempre achei que pior que não ser correspondido, é não conseguir corresponder. Enquanto ela se entregava inteira, eu me entregava apenas em parte. E isso não era justo.
Terminei sem dar a ela um "porquê". E isso a torturou demais. Sabem como é: a gente precisa de uma explicação para aceitar melhor o fim do namoro. Ela me cobrou essa justificativa por tempos: "tem outra?", "eu sou feia, gorda e chata?", "eu sou ruim na cama?"... e por aí vai. Eu não tinha coragem de dizer a verdade. Não mesmo.
Nos afastamos, mas depois voltamos a nos aproximar. Nos tornamos amigos bem antes de sermos amantes. Voltamos a nos encontrar, a sair juntos e até passamos um feriadão juntos, só os dois em uma cidadezinha do interior. Não rolou nada. Ela sempre investia, me provocando. E eu sempre fiquei tentado, mas não vacilei. Estava decidido que, terminantemente, mulher não era mesmo minha praia e que eu não poderia, novamente, dar esperanças a ela.
Meses se passaram. Tivemos uma briga feia e nos afastamos definitivamente. Mas no meu aniversário a convidei para uma festa na minha casa. Todos foram embora e ela ficou. Nós ficamos. E, novamente, por quase dois meses, mantivemos um pseudo-namoro. Ela dormia lá em casa frequentemente, minha família a adora, ela tinha liberdade de passar a noite lá e continuar dormindo enquanto eu saía cedo para trabalhar. Enfim...
Acontece que não dava para ser. Eu já havia me decidido por isso mas, ainda assim, vacilei de novo. E novamente terminei o relacionamento sem lhe dar nenhuma explicação concreta para minha incapacidade de amá-la.
Ela tem uma sensibilidade incrível, e sempre desconfiou de algumas atitudes minhas. No meu outro blog, sempre relatei minhas angústias "homossexuais", de forma bem subjetiva, mas que já facilitariam qualquer desconfiança. Ah! Tenho que registrar que várias vezes tentei abrir o jogo, mas travava na hora H. Em uma dessas vezes, confessei ter ficado com um amigo, que ela conhece. Ela ficou puta na hora, mas eu saí pela tangente dizendo qualquer coisa tipo "a gente tava bebadasso e acabou rolando, mas foi só um beijo". Foi só beijo mesmo, mas não foi só um....
Bem... para terminar (porque o trabalho me grita!), ontem tomei a atitude que há muito tempo já deveria ter tomado. Contei tudo. TUDO. Não conseguiria dizer pessoalmente, e optei por contar via e-mail. A atitude seria, de fato, de macho se fosse cara-a-cara? Pode ser. Mas eu sou um macho-gay!
Brincadeiras à parte (que só cabem nesse relato para quebrar um pouco o clima), me senti muito bem depois de clicar em "enviar". Escrevi páginas e páginas e não ousei revisá-las, pois poderia desistir de contar tudo. Ela representa muito para mim, e eu não poderia mais deixá-la angustiada sofrendo a dúvida de saber o por que eu me recusava tanto a aceitá-la como mulher. Recentemente ela relatou algumas vezes em seu blog essa angústia e suas desconfianças. O mínimo que eu poderia fazer a ela era me assumir. E assim o fiz. E mesmo tendo adiado essa revelação por mais de dois anos, sei que fiz a coisa certa. Sou muito prolixo e dou voltas e mais voltas até dizer coisas "sérias" como essa. Mas, dessa vez, fui mais objetivo. Após uma pequena introdução, disse: "sim, eu gosto de homens também. Se for pra ser mais direto, mais duro, ou sei lá: sim, eu sou gay". Depois rendi assunto dando detalhes do meu lado cor-de-rosa.
Estou me sentindo mais leve, mais transparente, mais eu. Tenho muito receio de como ela poderá ter reagido. Tenho certeza de que ela está se sentindo ultrajada. Mas sei que agi de forma íntegra, ao menos dessa vez.
Gosto de mulheres também. Gosto do cheiro, do toque, do carinho, dos cuidados. Só não tolero suas tramas impossíveis, as cobranças, as chatices (rss!). Além disso, definitivamente, sempre gostei mais de homens, mas me reprimia. (nem preciso detalhar isso né?!).
Há dois anos me apaixonei perdidamente por uma mulher. Lutei por ela e a conquistei. Iniciamos um relacionamento não muito sério, mas muito intenso. Tínhamos uma sinergia incrível! Não hesito dizer que ela era meu par perfeito. Tudo que fazíamos juntos fazíamos com prazer e intensidade. Ela é uma companhia excelente para tudo: para conversar, para rir, para chorar, para transar, para sair, para dançar... Se fosse enumerar suas qualidades, renderia muitas linhas.
Mas nosso relacionamento jamais poderia dar certo. Eu gosto de homens e esse desejo sempre foi muito mais forte que a vontade de, realmente, construir um relacionamento sério e duradouro com ela. Jamais fiquei com ela para bancar de machão, para que não desconfiassem de mim ou para exibir uma namorada estilo "avião" para os amigos (ela é muito gata!). Talvez tenha insistido no relacionamento para sanar minha carência, ou talvez fosse mesmo uma tentativa de fuga à minha homessexualidade. Mas, se assim foi, era meu subconsciente que agia mais forte.
Tenho muito a dizer sobre esse relacionamento, mas não tenho muito tempo disponível para relatá-lo agora, e não quero deixar de fazer esse registro no blog ainda hoje. Resumindo um pouco a história toda, nosso relacionamento durou dois anos entre idas e vindas. No ano passado, eu terminei definitivamente o pseudo-namoro. Me sentia um lixo por "enganá-la". Uso aspas porque, na verdade, o enganado da história sempre fui eu. Ela nunca teve dúvida de seus sentimentos por mim, enquanto eu sempre vacilava.
Não tinha um motivo para terminar. Estávamos na melhor fase do nosso namoro. Tudo às mil maravilhas. Mas a vontade de sair com homens me consumia, e eu me sentia muito hipócrita. Sei que pode parecer por demais piegas, mas sempre achei que pior que não ser correspondido, é não conseguir corresponder. Enquanto ela se entregava inteira, eu me entregava apenas em parte. E isso não era justo.
Terminei sem dar a ela um "porquê". E isso a torturou demais. Sabem como é: a gente precisa de uma explicação para aceitar melhor o fim do namoro. Ela me cobrou essa justificativa por tempos: "tem outra?", "eu sou feia, gorda e chata?", "eu sou ruim na cama?"... e por aí vai. Eu não tinha coragem de dizer a verdade. Não mesmo.
Nos afastamos, mas depois voltamos a nos aproximar. Nos tornamos amigos bem antes de sermos amantes. Voltamos a nos encontrar, a sair juntos e até passamos um feriadão juntos, só os dois em uma cidadezinha do interior. Não rolou nada. Ela sempre investia, me provocando. E eu sempre fiquei tentado, mas não vacilei. Estava decidido que, terminantemente, mulher não era mesmo minha praia e que eu não poderia, novamente, dar esperanças a ela.
Meses se passaram. Tivemos uma briga feia e nos afastamos definitivamente. Mas no meu aniversário a convidei para uma festa na minha casa. Todos foram embora e ela ficou. Nós ficamos. E, novamente, por quase dois meses, mantivemos um pseudo-namoro. Ela dormia lá em casa frequentemente, minha família a adora, ela tinha liberdade de passar a noite lá e continuar dormindo enquanto eu saía cedo para trabalhar. Enfim...
Acontece que não dava para ser. Eu já havia me decidido por isso mas, ainda assim, vacilei de novo. E novamente terminei o relacionamento sem lhe dar nenhuma explicação concreta para minha incapacidade de amá-la.
Ela tem uma sensibilidade incrível, e sempre desconfiou de algumas atitudes minhas. No meu outro blog, sempre relatei minhas angústias "homossexuais", de forma bem subjetiva, mas que já facilitariam qualquer desconfiança. Ah! Tenho que registrar que várias vezes tentei abrir o jogo, mas travava na hora H. Em uma dessas vezes, confessei ter ficado com um amigo, que ela conhece. Ela ficou puta na hora, mas eu saí pela tangente dizendo qualquer coisa tipo "a gente tava bebadasso e acabou rolando, mas foi só um beijo". Foi só beijo mesmo, mas não foi só um....
Bem... para terminar (porque o trabalho me grita!), ontem tomei a atitude que há muito tempo já deveria ter tomado. Contei tudo. TUDO. Não conseguiria dizer pessoalmente, e optei por contar via e-mail. A atitude seria, de fato, de macho se fosse cara-a-cara? Pode ser. Mas eu sou um macho-gay!
Brincadeiras à parte (que só cabem nesse relato para quebrar um pouco o clima), me senti muito bem depois de clicar em "enviar". Escrevi páginas e páginas e não ousei revisá-las, pois poderia desistir de contar tudo. Ela representa muito para mim, e eu não poderia mais deixá-la angustiada sofrendo a dúvida de saber o por que eu me recusava tanto a aceitá-la como mulher. Recentemente ela relatou algumas vezes em seu blog essa angústia e suas desconfianças. O mínimo que eu poderia fazer a ela era me assumir. E assim o fiz. E mesmo tendo adiado essa revelação por mais de dois anos, sei que fiz a coisa certa. Sou muito prolixo e dou voltas e mais voltas até dizer coisas "sérias" como essa. Mas, dessa vez, fui mais objetivo. Após uma pequena introdução, disse: "sim, eu gosto de homens também. Se for pra ser mais direto, mais duro, ou sei lá: sim, eu sou gay". Depois rendi assunto dando detalhes do meu lado cor-de-rosa.
Estou me sentindo mais leve, mais transparente, mais eu. Tenho muito receio de como ela poderá ter reagido. Tenho certeza de que ela está se sentindo ultrajada. Mas sei que agi de forma íntegra, ao menos dessa vez.